segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Aniversário da Mariana

Nesse vinte e seis de janeiro, nossa Mariana faria trinta e quatro anos.Partiu no dia sete de setembro.
Suponho que escolheu sete de setembro,por ser símbolo da liberdade que tanto amava.Amava a natureza, o mar, cachoeiras e acima de tudo amava a vida, os filhos,a família e os amigos.
Sete de setembro, em Campinas amanhecera chuvoso.Havia meses que não caía uma gota de água do céu.Nessa noite, tia Vilma e Juliana dormiram na Casa de Saúde com ela, onde estava internada desde o dia vinte e sete de agosto.Havia passado os últimos dias sedada, para não sentir dores.
Nesses doze dias de internação nunca reclamou de nada, mesmo durante o penoso tratamento sempre achava motivos para darmos boas risadas.Foi uma guerreira, sempre acreditou que o melhor aconteceria.
A gravidez da Mariana foi muito desejada.Antes de saber que estava grávida tive um sonho muito bonito, que jamais esqueci.Morava nessa época, num apartamento em Jundiaí. Sonhei que brotavam plantas por todas as paredes, onde olhasse as plantas apareciam, muito verdes,brilhantes.Tínhamos um bercinho de boneca, que servia de caminha para o meu cachorrinho.Brotava folhas pelo bercinho, as plantas brotavam em todos os espaços e saíam pela janela.Tudo verde, verde claro, escuro, enfim todos os tons.Depois de uns três dias que tive esse sonho fiquei sabendo que estava grávida.
No dia sete de setembro, do ano passado, logo após a sua morte, entre choro e desespero, abraçada à Juliana, vimos pela janela da sala de espera da Casa de Saúde, um lindo ipê branco, todo florido, que até então ou não havia florido ou não havíamos notado. A visão daquele ipê todinho florido foi mágica. Num repente, lembrei-me do sonho que tivera quando ela estava chegando nesse mundo e agora aquele ipê branco, maravilhoso diante de nossos olhos cheios de lágrimas,quando ela estava partindo.
Um pedaço de nós se foi.
Mariana é uma luz que nos ilumina. O reflexo do seu sorriso contagiante ficará para sempre em nossos corações.
Amor eterno.
Sirley